INTRODUÇÃO
Nos primórdios da Igreja, o povo de Deus era avivado e caminhava sob a direção do Espírito Santo. Por isso, nesta lição, estudaremos o papel do enchimento do Espírito no avivamento primitivo. Analisaremos o aspecto dinâmico da Igreja e, finalmente, teceremos algumas considerações quanto ao dinamismo avivado da Igreja Primitiva para os dias atuais.
I- O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO E O PÚBLICO-ALVO
1- O chamado abrangente de Jesus. A Primeira condição para receber o Batismo no Espírito Santo é passar pela experiência de salvação. Sendo necessário arrepender-se e crer no Evangelho (Mc 1.15), pois sem arrependimento e fé, não há salvação. A segunda condição é obedecer a Deus, pois nosso arrependimento e fé devem apresentar frutos dignos (1Jo 5.2-4). E, finalmente, a terceira condição é santificar-se, pois sem santificação, ninguém verá a Deus (Hb 12.14). Esse chamado de Jesus é para todas as pessoas. Ele antecede a experiência do batismo no Espírito Santo.
2- A promessa é para todos os salvos.* Os primeiros a receberem essa manifestação sobrenatural do Espírito Santo foram os discípulos que, salvos, se reuniram no cenáculo para perseverar em oração (At 1.12-14). Eles esperavam o cumprimento da promessa feita por Jesus (At 2.1; cf.1.4,5,8). E, de repente, o Espírito foi derramado sobre todos os que estavam reunidos e assentados na casa (At 2.1,2). Ao final do segundo capítulo de Atos, o apóstolo Pedro afirma que a promessa “diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quanto Deus, nosso Senhor, chamar” (At 2.39). Assim, o texto bíblico atesta a abrangência atemporal e perene da promessa: o batismo no Espírito Santo e para todos os salvos em todas as épocas, culturas e geografias.
3- O engano dos sensacionistas. O Sensacionismo é uma corrente da Teologia Reformada e de algumas igrejas históricas, que afirma que os dons espirituais cessaram na vida da Igreja. Segundo essa corrente, o batismo no Espírito Santo e os dons espirituais eram apenas para os dias apostólicos. Há uma “ginástica de interpretação bíblica” para justificar essa invencionice histórica. Há outros ainda que, seguindo seus teólogos, afirmam que o batismo no Espírito Santo é a própria conversão.
Já estudamos em trimestres anteriores que o Novo Testamento e, principalmente, o livro de Atos, mostra com detalhes que o batismo no Espírito Santo é uma experiência distinta da salvação – como vimos aqui, todos os discípulos que receberam o batismo no Espírito já eram salvos – e que os dons espirituais transbordaram os limites da igreja apostólica. Portanto, como pentecostais, afirmamos o batismo no Espírito Santo com evidência física de falar em línguas estranhas, bem como a atualidade dos dons espirituais na vida da Igreja. Essa realidade espiritual perpassa todas as épocas, culturas e geografias em que haja um salvo em Cristo.
II – O DINAMISMO DA IGREJA APOSTÓLICA
1- A Igreja nasce avivada. Do ponto de vista histórico, a Igreja passou a existir no dia de Pentecostes. Isso ocorreu sob a atuação direta do Espírito Santo. A Igreja nasceu avivada! Assim como o Tabernáculo foi consagrado pela descida da glória divina (Êx 40.34,35), a Igreja foi consagrada pela descida do Espírito Santo (At 2). Portanto, ali no Pentecostes, o Senhor da Igreja iniciou o maior avivamento da história humana.
2- A Igreja depois do Pentecostes. Os sinais do poder de Deus nos Atos dos Apóstolos podem ser resumidos assim: Conversões e Batismos (At 2.41), os quais eram frutos do avivamento espiritual em Jerusalém. Após o Pentecostes, a Igreja Apostólica pregava na autoridade do nome de Jesus, na unção e no poder do Espírito Santo. Por isso, nessa igreja havia perseverança na doutrina, na comunhão e na oração (At 2.42); havia também temor, sinais e maravilhas (2.43); além de cuidado especial para com os irmãos carentes (2.44,45; 4.32,33). O avivamento espiritual da Igreja Apostólica revela um profundo compromisso em duas esferas: a espiritual (piedade – Palavra e Oração) e a social (Comunhão – suprir a carência).
III – UM MINISTÉRIO UNGIDO PARA OS DIAS ATUAIS
1- Na unção do Espírito Santo. A pregação cristã deve ser acompanhada de poder, sinais e milagres. Esses sinais podem ser manifestos por meio de salvação de vidas para Jesus; expulsão de demônios; imposição de mãos sobre os enfermos para serem curados conforme Jesus declarou que aconteceria (Mc 16.18). Um ministério avivado, ungido pelo Espírito Santo, é indispensável à missão da Igreja nestes dias.
2- Autenticado por Deus. Um ministério ungido não se desenvolve apenas por intermédio dos instrumentos formais e acadêmicos dentro dos padrões hermenêuticos, e exegéticos e homiléticos da pregação. Todos esses instrumentos são importantes para o aprimoramento do obreiro. Mas só eles não bastam. É preciso que Deus aprove o trabalho do obreiro. Foi assim que aconteceu em Marcos, quando Jesus autenticou a pregação dos discipulos, “confirmando a palavra com sinais que se seguiram” (Mc 16.20). Portanto, o modelo da pregação do Novo Testamento é uma mensagem confirmada pelos sinais e prodígios de Deus.
3- Glorifica a Cristo. O ministério ungido pelo Espírito glorifica a Cristo e não o homem. Não por acaso, nosso Senhor declarou que a missão do Espírito Santo é glorificá-lo (Jo 16.13,14). Assim, toda mensagem do Evangelho e atividade sob a direção do Espírito Santo devem glorificar a Cristo. Aos coríntios, o apóstolo Paulo ensina que “quer comais, quer bebais ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para a glória de Deus” (1 Co 10.31). Deus em Cristo e que deve ser glorificado a partir de nossa instrumentalidade na obra do Senhor.
CONCLUSÃO
A Igreja Apostólica nasceu sob o avivamento do Pentecostes, debaixo do glorioso batismo no Espírito Santo. Ao longo de sua história, aprendemos que a razão do seu êxito não foi o conhecimento humano de seus pregadores, membros e congregados. O que fez toda a diferença no ministério da Igreja Apostólica foi a unção do Espírito Santo sobre essa igreja. Não podemos deixar a chama apagar. A unção do Espírito Santo continua disponível hoje.