AD Içara - EBD: Lição 4: A sutileza da normalização do divórcio - 3º trimestre 2022 Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Içara/SC 

EBD: Lição 4: A sutileza da normalização do divórcio - 3º trimestre 2022

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INTRODUÇÃO


O divórcio é entendido como um ato por meio do qual o casamento é dissolvido. Nesse aspecto, o divórcio é a dissolução absoluta da aliança conjugal, tendo como resultado a anulação de seus efeitos civis. Dependendo da cultura, dos pressupostos religiosos praticados e da motivação que levou a ruptura do casamento, a prática do divórcio pode permitir os cônjuges contrair um novo casamento ou não. A lição de hoje fará uma análise sobre 0 divórcio no contexto das culturas bíblica e contemporânea. Devido à tendência contemporânea de vulgarizar o divórcio, tornando-o banal e normal, a presente lição tomará como padrão aquilo que as Escrituras Sagradas ensinam sobre esse assunto. Também se orientará por aquilo que o nosso documento confessional, a Declaração de Fé, ensina e orienta sobre o divórcio.

 

I – O DIVORCIO NO CONTEXTO BÍBLICO


1- O divórcio no contexto do Antigo Testamento. Na Antiga Aliança, o plano de Deus para a raça humana é que o casamento fosse monogâmico e vitalício (Gn 1.27,28; 2.22-25). O profeta Malaquias afirmou que Deus odeia o divórcio (Ml 2.16 – NAA). Contudo, em certos casos, o divórcio era previsto e em outros aparece como uma permissão (Dt 24.1-4). Em Deuteronômio 24.1-4,0 texto afirma que uma das condições para o divórcio era o marido encontrar “coisa feia” na esposa. A expressão hebraica ‘erwat dãbãr, traduzida como “coisa feia”, possui o sentido de “nudez ou coisa vergonhosa”. O texto não especifica o que significa essa expressão. Isso deu margem para uma série de debates pelas escolas rabínicas, que a interpretavam de diferentes modos. No entanto, fica claro que não se tratava do adultério, que no tempo de Moisés era punido com a morte (Dt 22.22). Fica claro também que, após o divórcio, a mulher poderia se casar com outro homem e que, nesse caso, ela não estaria cometendo adultério. Em outras palavras, em tal circunstância, o seu segundo casamento era legítimo. Mas, seu primeiro marido, de quem ela havia se divorciado, não poderia se casar novamente com ela.

2- O divórcio no contexto do Novo Testamento. No texto de Mateus capítulo 19, Jesus mostra que o plano original de Deus é que o casamento dure para toda a vida (Mt 19.4-6). Ele também rejeita todas as outras razões ou motivos dados pelos Fariseus (Mt 19.7-9) para justificar o fim do casamento, inclusive a “coisa feia” citada na lei de Moisés, ou “coisa indecente” (Dt 24.1-4 – NAA). De acordo com Jesus, o único motivo que justifica a separação (gr. Apolyo, divórcio) é se um dos cônjuges praticou “relações sexuais ilícitas”. A expressão “relações sexuais ilícitas” traduz o termo grego moichaomai, que significa “adulterar” (Mt 5.32; Jo 83; Mt 5.27; Rm 13.9). No texto de Mateus, portanto, o seu sentido é de alguém que cometeu adultério. O que se depreende dessa passagem bíblica é que Jesus estava dizendo que 0 divórcio feito por razões outras que não o adultério não dissolve o casamento aos olhos de Deus. Dizendo isso de outra forma, alguém que sofreu uma traição conjugal tem direito a um novo casamento. Contudo, se a motivação não foi a infidelidade conjugal e ele se “casar com outra comete adultério”.
 
A Declaração de Fé das Assembleias de Deus reconhece a legitimidade de um novo casamento quando o motivo do fim do primeiro casamento foi o adultério. No contexto das cartas de Paulo, o casamento também é para a vida toda. Contudo, o apóstolo trata de outras situações não contempladas nos Evangelhos. Escrevendo aos coríntios, Paulo se refere ao casamento entre cristãos e a casamentos mistos, quando um crente era convertido ao Evangelho e o outro não. No caso de crentes, Paulo diz que se o casal venha a se separar, que não se case de novo ou que se reconcilie (1 Co 7.10,11). No caso de casamentos mistos, Paulo diz que se 0 cônjuge descrente abandonasse a esposa esta não estaria sujeita à servidão (1 Co 7.15). A maioria dos intérpretes entende que essa expressão “não está sujeito à servidão” (gr. dedoulotai) significa que o cônjuge crente que foi abandonado está livre para se casar novamente. Esse entendimento é seguido pela Declaração de Fé das Assembleias de Deus. Contudo, somente no caso de o abandono partir do cônjuge não crente.


II – A SUTILEZA DA NORMALIZAÇÃO DO DIVÓRCIO


1- O divórcio no seu aspecto legal. A Legislação brasileira já foi muito mais rígida com respeito ao divórcio. Contudo, nas últimas décadas as razões que justificam o divórcio podem ser várias. A partir da Constituição de 1988, passou-se a permitir divorciar-se e recasar quantas vezes fosse preciso. No aspecto legal da legislação brasileira é muito fácil alguém se divorciar e se casar novamente.

2- O divórcio no seu aspecto moral. Além do aspecto legal do divórcio, como cristãos necessitamos saber do seu aspecto moral. Para um descrente qualquer razão ou motivo justifica a prática do divórcio e um novo casamento (cf. Dt 24.1-4), mas o cristão deve perguntar se isso é moral. O Estado garante o seu aspecto legal, contudo a Escritura define seu aspecto moral (Mt 19.4-6). Trocar a esposa por uma mais jovem ou abandonar o marido por um mais rico e famoso são práticas normais no mundo, e que contam com o amparo legal do Estado. Contudo, isso é moral para o cristão? O crente pode fazer isso? No caso de pastores, além do aspecto legal, deve-se levar em conta, sobretudo, o aspecto moral do divórcio (Ml 2.15). Alguns se divorciam, mas nunca deveriam ter feito (Ml 2.16). Há um preço alto para se pagar. Aqueles que se arriscam a desobedecer a Palavra de Deus forçosamente terminam machucados.

 

III – O DIVÓRCIO E A PRÁTICA PASTORAL


1- A pessoa do divorciado. O (A) divorciado(a) é uma pessoa e como tal deve ser vista. Quem passou por um processo de divórcio sabe o quão traumático isso é. Sentimentos de rejeição, medo e abandono muitas vezes continuam presentes na vida de quem passou por uma separação. Isso fica mais complexo quando há filhos gerados no relacionamento. A alienação parental é uma tentação, mas nunca a forma mais adequada a ser buscada. Divorciados devem obter aconselhamento pastoral e, concomitantemente, o acompanhamento psicológico não deve ser negligenciado.

2- O divorciado como cristão. Outra coisa acerca de quem passou por um processo de divórcio diz respeito a sua condição de membro da Igreja. Talvez esse seja um dos principais desafios pastorais da atualidade. Os pastores são desafiados dia a dia a tratar com essa questão. Os casos de divórcio se multiplicam e as razões que os motivaram nem sempre são bíblicas. Cada situação deve ser analisada com cuidado, de forma que o divorciado não deixe de ser visto como alguém amado por Deus. Contudo, que esse amor não sirva de justificativa para anular a justiça de Deus que exige uma vida que se orienta por sua Palavra.


CONCLUSÃO


Vimos nesta lição o divórcio sob a perspectiva de diferentes culturas e em diferentes contextos. Observamos que na atualidade há uma tendência entre os cristãos de enxergarem o divórcio com “normalidade”. Essa é uma postura perigosa, arriscada e, até mesmo, pecaminosa. Isso porque as Escrituras contêm princípios e preceitos que moldam os relacionamentos humanos. O casamento é uma instituição divina, que reflete o ideal de Deus. Portanto, e devido nossa condição de pecadores, o divórcio deve ser visto como uma anormalidade desse ideal divino.

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